Thursday, July 11, 2019

UTDP 68 … 71…73…74… 79… uma prova especial


UTDP 68 … 71…73…74… 79… uma prova especial
Normalmente os momentos que antecedem a partida das grandes provas são vividos de forma entusiástica com speacars dotados de aparelhagens de alta performance a debitar muitos decibéis para levar a malta até ao “ponto de rebuçado”. No UTDP não é assim, o Joca fala baixinho e cada um de nós tem a responsabilidade de passar a palavra o colega de trás.
Nas grandes provas o pessoal parte em grande velocidade e desiste rápido porque gastou todas as energias no inicio, no UTDP o pessoal parte em ritmo lento pois é preciso avisar os colegas que estão mais atrás que a prova já começou.
Nas grandes provas o transito normalmente é cortado para a prova se poder realizar em segurança, no UTDP o pessoal tem que para e deixar passar o transito local .





Nas grandes provas normalmente não vemos os senhores das terras, encontramos avisos para abrir a cancela, passar e fecha-la novamente, no UTDP não há cancelas para abrir e fechar mas quando atravessas determinados territórios és acompanhado de muito perto desde o momento em que entras no território até ao momento em que dele te despedes, os pastores de 4 patas não fazem por menos!
Nas grandes provas, as distancias e os traçados são previamente certificados e publicados para se evitarem surpresas, no UTDP o fator surpresa está presente em tudo, as distancia, as barreiras horárias, enfim todo o traçado vai sendo desvendado à medida que a prova se desenrola tornando-a mais desafiante e como as informações vão chegando à moda antiga pelo passa palavra podes ter que realizar o troço a jusante da estrada nacional 321 a rasgar, de faca nos dentes, apenas porque o individuo que ia à tua frente te informou que o tempo de corte  estaria a queimar, de tal forma que nem molhes os pés e tenhas necessidade de saltar para dento de uma presa de água apenas 200 m após sair do rio - nem é bom…


Nas grandes provas é relativamente fácil prever o tempo de prova e a classificação que vamos fazer, no UTDP se há coisa onde à partida não tens qualquer capacidade de prever é a classificação final e o tempo necessário para realizar a prova. Pode até acontecer que à partida estejas a contar com uma boa classificação e termines a vassourar o “parcours”
Não e uma prova qualquer é uma prova que se desenvolve num cenário fantástico e com um percurso pensado de forma a fazer dela uma das mais belas provas de trail deste país, mas também das mais duras e desafiantes.
Não é uma prova que decorra de acordo com as mais recentes tendências, antes pelo contrário, é uma prova em que ás vezes nos sentimos transportados para a idade da pedra, é uma prova em que parece que ninguém sabe o que são números, uma prova em que tens de ter bem presente os princípios básicos do trail, nomeadamente aquele principio que basicamente refere que na montanha ninguém fica para trás,  porque nunca sabes quando vais ser confrontado com a seguinte questão, podemos fechar o PA ou ficou alguém para trás? – é que do PA anterior nos informaram que, o Sr., de azul, (não o dorsal 28 ou o Silvério mas  Sr. de Azul)  a  ia a fechar a prova.
Enfim tem quase tudo para ser a melhor prova de Trail do País e provavelmente irei voltar porque apesar de tudo consegui fazer melhor do que no ano anterior divertindo-me imenso…
 Não vale a pena dizer mal da organização, o UTDP é diferente  não é igual às outras provas, é tão diferente que o ultimo a cortar a meta vai ao pódio, um pódio que já nem existe, mas vai ao pódio.

No comments: