Wednesday, August 14, 2019

O processo alternativo para inscrição na Cabfranc- Canfranc 100KM

A Cabfranc- Canfranc 100KM é uma das provas de 100km mais duras do mundo desenvolvendo-se maioritariamente a cota entre os 2 e os 3mil metros de altitude e por esse motivo a organização exige que os candidatos a esta prova tenham feito pelo menos uma prova de 1000Km e 6000D+ ou duas provas, uma de 1000km e outra de 80km
Acontece que certo dia acordei bem-disposto e decidi fazer a prova.
Inscrevi-me na Freita para, dessa forma cumprir os critérios exigidos para validar a inscrição, e como não tinha nenhuma noção do que seria correr uma prova de 100km foi com alguma naturalidade que falhei o objetivo, mas como queria mesmo fazer Cabfranc- Canfranc tentei arranjar uma forma alternativa para conseguir validar a inscrição e que abaixo transcrevo… porque ainda hoje não sei o que me passou pela cabeça para pensar que poderia fazer a Cabfranc- Canfranc 100KM com um apenas um currículo tão interessante como era o meu naquela altura... e mais ainda o que terá passado pela cabeça da organização para me deixarem correr numa prova em que não raras vezes a organização é obrigada a neutralizar os atletas por questões de segurança devido às condições extremas em que a prova se desenvolve.



«El 27 jun 2016, a las 21:20, Silvério Oliveira dos Santos escribió:

Sou natural do Porto, Portugal e comecei a correr à pouco mais de 1 ano e tinha como objectivo fazer o Canfranc- Canfranc ULTRA 100KM. Para tal preparei-me convenientemente, participando em provas sucessivamente mais longas e exigentes e escrevi-me no Ultra Trail Serra da Freita, prova de 1000Km e 6000D+, de forma a poder cumprir os critérios exigidos no formulário de inscrição.
Infelizmente um pequeno incidente (a sola da sapatilha soltou-se aos 70Km e apenas consegui chegar à base de apoio situada aos 78Km).
Para mim foi uma frustração enorme porque me sentia capaz de concluir aquela prova e desta forma correr em 10/09/2016 a Canfranc- Canfranc ULTRA 100KM.
Já li o vosso regulamento várias vezes e não encontro nada que impeça de participar, pelo que questiono se é possível me inscrever na prova Canfranc- Canfranc ULTRA 100KM?
Realço que se este fim de semana a prova tivesse corrido bem eu estaria em condições de fazer a inscrição, mas não estaria tão bem preparado como me sinto neste momento porque o incidente que referi me permitiu detetar algumas fragilidades no meu planeamento para a prova e que serão tomadas em contas em futuras provas.
Para terminar digo apenas que se me for dada a possibilidade de correr Canfranc- Canfranc ULTRA 100KM vou fazer tudo para merecer e honrar e o credito concedido.
Cumprimentos.
Silvério Santos

No dia 29 de junho de 2016 às 08:43, Club Los Arañones escreveu:
Buenos días Silverio,

Te traducido tu correo en google y más o menos lo he entendido.
Que otras carreras has corrido por montaña? Qué experiencia tienes en montaña? Aunque sean de menor distancia de los 100km.
Cuando me contestes a estas preguntas estudiaremos tu caso.
Un saludo

El 30 jun 2016, a las 2:59, Silvério Santos escribió:

Boa noite, 
Em resposta ao vosso pedido, junto envio a listagem das provas em que participei.

Provas terminadas

prova
localização
data
distância
Santa Maria da Feira, Portugal
16/05/2015
17Km 700m(D+)
Aveiro, Portugal
25/10/2015
12km 250m(D+)
Trail Boneca D'ouro
Sebolido – Penafiel, Portugal
15/11/2015
10Km 700m(D+)
Montemuro Trail
Castro Daire ,Portugal
29/11/2015
24Km 1060m(D+)
Raríssimas Trail
Valongo, Portugal
23/01/2016
15Km 700m(D+)
Branzelo -Gondomar, Portugal
07/02/2016
17km 1250m(D+)
Trail Serra do Muro
Paredes, Portugal
21/02/2016
15Km 700m(D+)
Circuito Trail Santa Maria Feira - Marco 4 Concelhos
Santa Maria Feira
2/03/2015
24Km 1250m(D+)
02/04/2016
16Km 650m(D+)
Taça Ibérica De Trail
Vila Nova de Cerveira. Portugal
07/05/2016
50km 3200m(D+)
Santa Maria da Feira, Portugal
14/05/2016
17Km 700m(D+)

TRAIL DOS 4 CAMINHOS


Alfena – Ermezinde, Portugal
04/06/2016
13km 500m(D+)
Free Trail Canelas
Canelas – Vila Nova de Gaia, Portugal
12/06/2016
12Km 600m(D+)

Participei ainda no Ultra Trail Serra da Freita, que se realizou no passado dia 25/06/2016, tendo percorrido 78 Km e 4955mD+. Infelizmente um pequeno incidente (a sola da sapatilha soltou-se aos 70Km e apenas conseguiu chegar à base de apoio situada aos 78Km).


Cumprimentos.
Silvério Santos

No dia 5 de julho de 2016 às 18:56, Club Los Arañones escreveu:

Hola Silverio,

Hemos decidido decidido dejarte correr.

Un saludo »

Thursday, July 11, 2019

UTDP 68 … 71…73…74… 79… uma prova especial


UTDP 68 … 71…73…74… 79… uma prova especial
Normalmente os momentos que antecedem a partida das grandes provas são vividos de forma entusiástica com speacars dotados de aparelhagens de alta performance a debitar muitos decibéis para levar a malta até ao “ponto de rebuçado”. No UTDP não é assim, o Joca fala baixinho e cada um de nós tem a responsabilidade de passar a palavra o colega de trás.
Nas grandes provas o pessoal parte em grande velocidade e desiste rápido porque gastou todas as energias no inicio, no UTDP o pessoal parte em ritmo lento pois é preciso avisar os colegas que estão mais atrás que a prova já começou.
Nas grandes provas o transito normalmente é cortado para a prova se poder realizar em segurança, no UTDP o pessoal tem que para e deixar passar o transito local .





Nas grandes provas normalmente não vemos os senhores das terras, encontramos avisos para abrir a cancela, passar e fecha-la novamente, no UTDP não há cancelas para abrir e fechar mas quando atravessas determinados territórios és acompanhado de muito perto desde o momento em que entras no território até ao momento em que dele te despedes, os pastores de 4 patas não fazem por menos!
Nas grandes provas, as distancias e os traçados são previamente certificados e publicados para se evitarem surpresas, no UTDP o fator surpresa está presente em tudo, as distancia, as barreiras horárias, enfim todo o traçado vai sendo desvendado à medida que a prova se desenrola tornando-a mais desafiante e como as informações vão chegando à moda antiga pelo passa palavra podes ter que realizar o troço a jusante da estrada nacional 321 a rasgar, de faca nos dentes, apenas porque o individuo que ia à tua frente te informou que o tempo de corte  estaria a queimar, de tal forma que nem molhes os pés e tenhas necessidade de saltar para dento de uma presa de água apenas 200 m após sair do rio - nem é bom…


Nas grandes provas é relativamente fácil prever o tempo de prova e a classificação que vamos fazer, no UTDP se há coisa onde à partida não tens qualquer capacidade de prever é a classificação final e o tempo necessário para realizar a prova. Pode até acontecer que à partida estejas a contar com uma boa classificação e termines a vassourar o “parcours”
Não e uma prova qualquer é uma prova que se desenvolve num cenário fantástico e com um percurso pensado de forma a fazer dela uma das mais belas provas de trail deste país, mas também das mais duras e desafiantes.
Não é uma prova que decorra de acordo com as mais recentes tendências, antes pelo contrário, é uma prova em que ás vezes nos sentimos transportados para a idade da pedra, é uma prova em que parece que ninguém sabe o que são números, uma prova em que tens de ter bem presente os princípios básicos do trail, nomeadamente aquele principio que basicamente refere que na montanha ninguém fica para trás,  porque nunca sabes quando vais ser confrontado com a seguinte questão, podemos fechar o PA ou ficou alguém para trás? – é que do PA anterior nos informaram que, o Sr., de azul, (não o dorsal 28 ou o Silvério mas  Sr. de Azul)  a  ia a fechar a prova.
Enfim tem quase tudo para ser a melhor prova de Trail do País e provavelmente irei voltar porque apesar de tudo consegui fazer melhor do que no ano anterior divertindo-me imenso…
 Não vale a pena dizer mal da organização, o UTDP é diferente  não é igual às outras provas, é tão diferente que o ultimo a cortar a meta vai ao pódio, um pódio que já nem existe, mas vai ao pódio.